Ficaríamos surpresos ao saber o que podemos suportar quando não temos escolha.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

“Votos”

"Pois, desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado,
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo, não guarde mágoa.
Desejo depois que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar. 
 
Desejo também que tenha amigos e que, mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis,
E que em pelo menos um deles você possa confiar, que confiando, não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes, você se interpele a respeito de suas próprias certezas
E que entre eles haja pelo menos um que seja justo, para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, não insubstituivelmente útil,
Mas razoavelmente útil. E que nos maus momentos, quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé. 

Desejo ainda que você seja tolerante, não com os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente,
E que essa tolerância não se transforme em aplauso nem em permissividade,
Para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer e que, sendo velho, não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste, mas não o ano todo, nem em um mês e muito menos numa semana, mas apenas por um dia.
Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom,o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo,
Talvez agora mesmo, mas se for impossível, amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes, e que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.
Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal.
Porque assim você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente, por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro, porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano, você ponha uma porção dele na sua frente e diga:
“Isso é meu”. Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.

Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você.
Mas que, se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo, por fim, que sendo mulher você tenha um bom homem,
E que sendo homem, tenha uma boa mulher.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor para recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.”
 
( Sergio Jockymann - 1978 )

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SETE DICAS VALIOSAS PARA UM 2012 DE MUITA PAZ

(texto de André Lima)

A inquietação e a ansiedade humana nos levam a buscar e desejar inúmeras realizações em todos os campos da vida: financeiro, profissional, amoroso e saúde física. No fundo acreditamos que ao concretizarmos esses objetivos finalmente nos sentiremos completos. E o que significa essa completude mas profundamente? Significa nos sentirmos em paz, sem ansiedade.
Entretanto, os mais experientes já devem ter percebido que há uma ilusão nesse processo. Concretizamos novos objetivos (aumento da renda, novo apartamento, novo relacionamento, ter um filho e etc.), temos uma sensação inicial de bem estar, mas é passageira. Logo vem novamente a ansiedade e então iremos buscar mais coisas e realizações para que finalmente possamos nos sentir completos.
Quando vivemos dessa forma, a felicidade e a paz interior  estão sempre no futuro. O agora, que é a única realidade que existe, tem apenas breves momentos de alívio. Depositamos as expectativas no futuro,  que não existe, e deixamos de viver em paz no agora.
Como assim "o futuro não existe?". Alguém pode questionar isso. O futuro  existe apenas em forma de pensamentos que geramos. É apenas uma imagem mental ou um punhado de pensamentos. Você já conseguiu chegar no futuro? Nunca. Toda a vez que ele chega, ele é vivido como o agora, que é a única realidade que existe.
Alguns demoram a perceber que  viver dessa forma serve apenas para alimentar a ansiedade. O ego vive dessa maneira sempre no futuro e fugindo do agora.Quando ficamos em paz no presente, os objetivos se concretizam com muito mais facilidade. Só que o ego inverte a ordem das coisas  querendo que os objetivos nos tragam paz.
Primeira dica: Decida que a paz interior é o que é mais importante para sua vida. Afirme pra você mesmo: "Me sentir em paz é o que mais importa pra mim, eu escolho a paz interior".  Repita essa frase muitas e muitas vezes até que essa idéia se torne parte do seu ser, se refletindo nos seus pensamentos e ações.
Se a paz interior é o mais importante para a sua vida, você irá escolher viver o agora, pois viver no futuro e ficar em paz é incompatível. Sim, você poderá fazer o planejamento para atingir um objetivo. Poderá pensar no futuro para concretizar algo, mas assim que terminar de planejar, você voltará ao presente. Gradualmente você viverá a ordem natural das coisas: viver o agora a maior parte do tempo e fazer breves visitas ao futuro por meio dos seus pensamentos.
Segunda dica: A segunda dica para ficar em paz é aceitar cada momento que surge do jeito que ele é.  Indubitavelmente muitos  momentos se apresentarão de uma forma que você não deseja. Observe a sua reação. Você sente a contrariedade tomar conta de você?  Lembre-se novamente da afirmação: "Me sentir em paz é o que mais importa, eu escolho a paz interior". Você pode ainda completar: "Eu escolho a aceitação". Aceite o agora como ele se apresenta.
Favor não confundir aceitação com conformismo, inoperância ou falta de atitude. Se é possível fazer algo para mudar a situação para melhor, faça. Mas escolha se sentir em paz primeiro e depois aja. Agindo dessa forma suas ações serão muito mais eficazes. Não condicione o seu bem estar a resolução da situação.  E caso não seja mesmo possível fazer nada para mudar, apenas aceite total e incondicionalmente e fique em paz. Aceitar significa não criar uma resistência interior aquilo que já é. Brigar com aquilo que já é, é insanidade, coisa do ego.
A mente egóica irá tentar convencê-lo a brigar mentalmente com a situação tirando a sua tranquilidade. Fique atento, observe, e não dê energia a esses pensamentos. A repetição das afirmações de paz irá ajudá-lo a manter-se firme no seu propósito.
Terceira dica: Tenha muita paciência com você mesmo. Viver no agora e praticar a aceitação exige treino. A mente vem sendo condicionada há muitas gerações a funcionar de determinada maneira. O impulso da não aceitação e de viver no futuro será forte no início. Mas, gradativamente, com persistência  e paciência o padrão vai mudando. Vale a pena insistir.
Quarta dica: Pare de reclamar de qualquer coisa que seja: governo, marido, filhos, fila do banco, engarrafamento, impostos, funcionários, de você mesmo, dos homens, das mulheres, do seu corpo... A reclamação é a manifestação mais clara da não aceitação. Qual é a sensação interior que surge quando começamos a reclamar? É algo agradável? Traz paz interior? Claro que não. Do ponto de vista prático, reclamar não muda em nada a situação e nos faz sentir mal.
Um esclarecimento. Parar de reclamar não significa ficar cego ou deixar de reconhecer o mal funcionamento de alguma coisa  e as atitudes negativas de alguém. Continuamos vendo tudo, mas sem gerarmos a negatividade no nosso interior que apenas nos prejudica. Podemos ainda tomar atitudes caso esteja a nosso alcance. Mas primeiro lembre-se que ficar em paz é seu maior objetivo, e depois aja.
Quinta dica: Afaste-se cada vez mais do noticiário da televisão, jornais, revista e internet. Muita ansiedade, pessimismo, medo e outros sentimentos são causados ou alimentados pela pesada carga de negatividade que as pessoas absorvem diariamente. As pessoas e a sua própria mente tentarão convencê-lo de que é preciso estar informado para não ficar "alienado". Mas o que observamos é que cada vez mais as pessoas ficam alienadas por consumirem informação demais. Tornam-se negativas e cheias de crenças limitantes, mas pensam que são pessoas realistas e bem informadas.
Sexta dica: Busque autoconhecimento e ferramentas que podem ajudá-lo. Existem inúmeras técnicas e tratamentos: use florais, receba Reiki, pratique meditação, receba massagem, pratique alguma forma de arte (dançar, pintar, cantar...), invista em cursos de autoconhecimento, invista em trabalhos terapêuticos, e etc...
Sétima dica: Observe a sua mente tentando tirar a sua paz interior. É apenas um velho condicionamento. De repente você se pega relembrando de uma situação do passado e dizendo "eu deveria ter feito isso e aquilo", "foi muito desrespeito de fulano", "quem ele pensa que é". As vezes surgem lembranças de situações desagradáveis do passado e as alimentamos de forma automática com comentários e pensamentos. E outras vezes surgem discussões mentais que nem houveram. Imaginamos o que deveríamos ter dito e também coisas que e o outro nem disse, mas que supomos que ele deve ter pensado. É muita viagem mental. Mais uma vez, ao se dar conta desses pensamentos, tenha muita paciência com você mesmo.  Aceite-os e procure não dar mais energia pra eles. Pratique o perdão.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA

(Texto de Luiz Antônio Simas)
Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.

Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa . A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha.
Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, caramba!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte: Samba Lelê tá doente/ Tá com a cabeça quebrada/ Samba Lelê precisava/ É de umas boas palmadas. A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim: Samba Lelê tá doente/ Com uma febre malvada/ Assim que a febre passar/ A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil.
Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias o u coisa que o valha.. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical . O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente. O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente. A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade. O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal. O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito. O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais.... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra ..... e o centroavante pereba tomar no ...., cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.

Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não.
Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do pé junto.

domingo, 11 de dezembro de 2011

A linguagem do amor


Casais com bom relacionamento costumam usar o mesmo tipo de palavras funcionais – preposições, pronomes, artigos e conjunções – e com frequência equivalente

Casais apaixonados ou que mantêm um relacionamento de longo prazo não raro se atribuem apelidos carinhosos ou mudam o tom de voz quando falam um com o outro. Segundo pesquisadores da Universidade do Texas em Austin, a identidade afetiva por meio das palavras não para por aí. Um estudo conduzido pelo psicólogo James Pennebaker mostra que pares “bem-sucedidos” ou com mais chances de sê-lo costumam usar o mesmo tipo de palavras funcionais – preposições, pronomes, artigos e conjunções – e com frequência equivalente. Usados em vários contextos, esses termos são, em geral, processados de forma rápida e inconsciente.

Para chegar a essa conclusão, o psicólogo reuniu 80 homens e mulheres e solicitou que cada um conversasse com alguém do sexo oposto por alguns minutos. Em seguida, questionou-os sobre a possibilidade de saírem juntos. Curiosamente, os pares que usaram tipos similares de palavras funcionais se mostraram mais inclinados a marcar outro encontro – mesmo aqueles que declararam não ter muitos pontos em comum.

Em outro estudo, Pennebaker analisou o conteúdo de mensagens de celular enviadas por 86 casais e perguntou aos voluntários quão felizes eles se sentiam com o compromisso assumido. Três meses depois, o pesquisador verificou se os pares ainda estavam juntos. Ele observou que os pares estáveis eram os que trocavam torpedos com mais palavras funcionais em comum. O curioso é que isso se aplicou também a quem declarou estar insatisfeito com o companheiro, na primeira fase da pesquisa.

Agora os pesquisadores querem entender se o vocabulário em comum provoca atração ou se na verdade as pessoas adaptam sua forma de falar, ficando parecidas com o outro. Os dois processos são possíveis, mas Pennebaker acredita que o último seja mais provável: “A linguagem prediz o sucesso dos relacionamentos porque reflete a forma como os casais ouvem um ao outro e se entendem”, reforça o psicólogo.


sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Frases publicadas em alguns jornais (mais uma da série "Pra descontrair")


1. "A nova terapia traz esperanças a todos os que morrem de câncer a  cada ano." (Na cova?)  Jornal do Brasil

2. "Apesar da meteorologia estar em greve, o tempo esfriou ontem  intensamente." (O frio não estava filiado ao sindicato grevista)  O GLOBO

3. "Os sete artistas compõem um trio de talento." (Hã?)  EXTRA

4. "A vítima foi estrangulada a golpes de facão." (Uma nova modalidade de estrangulamento)  O DIA

5. "Os nossos leitores nos desculparão por esse erro indesculpável." (De modo algum!) - O GLOBO

6. "No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como  loucos. (naturalmente...) - O DIA

7. "Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva." (Jura?) - JORNAL DO BRASIL

8. "Parece que ela foi morta pelo seu assassino." (Não diga!) - EXTRA

9. "Ferido no joelho, ele perdeu a cabeça." (Espera, onde foi o machucado mesmo?)  O DIA

10. "O acidente foi no triste e célebre Retângulo das Bermudas."  (Gente, mas até ontem era um triângulo... Foi promovido?) - EXTRA

11. "O tribunal, após breve deliberação, foi condenado a um mês de  prisão." (E será que ele tem cela especial?) - O DIA.

12. "O velho reformado, antes de apertar o pescoço da mulher até a morte, se suicidou." (Seria uma manifestação mecânica?) - O DIA

13. "A polícia e a justiça são as duas mãos de um mesmo braço." (Que aberração!) - EXTRA

14. "Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes." (Água no além para purificar as almas...) - JORNAL DO BRASIL

15. "Há muitos redatores que, para quem veio do nada, são muito fiéis às suas origens." (Do pó ao pó...) O GLOBO

16. "O aumento do desemprego foi de 0% em novembro." (Onde vamos parar desse jeito?)

17. "O presidente de honra é um jovem septuagenário de 81 anos." (Quanta confusão!)

18. "Quatro hectares de trigo foram queimados. A princípio, trata-se de um incêndio."(Ah, bom achei que fosse uma churrascada!)

19. "Na chegada da polícia, o cadáver se encontrava rigorosamente imóvel." (Viu como ele é disciplinado?)

20. "O cadáver foi encontrado morto dentro do carro." (Sem comentários)

21. "Prefeito de interior vai dormir bem, e acorda morto." (Acorda?)

domingo, 27 de novembro de 2011

SOMOS MUTANTES

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Suas células estão constantemente processando as experiências e metabilizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais.

Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento.

Você se transforma na interpretação quando a internaliza.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.

Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”

Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre de seus pensamentos de ontem.
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!”

DEEPAK CHOPRA

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Adolescência é coisa do cérebro e não dos hormônios

É nessa fase que surge a preferência sexual, mas não se trata de uma escolha – o que a pessoa pode decidir é se vai aceitar o próprio desejo ou escondê-lo.

Adolescência é coisa do cérebro e não dos hormônios É nessa fase que surge a preferência sexual, mas não se trata de uma escolha – o que a pessoa pode decidir é se vai aceitar o próprio desejo ou escondê-lo

Ah, a adolescência. Como se não bastasse ficar desengonçada e ter de aprender no susto a lidar com o corpo crescendo e mudando de proporções rápido demais, eu ainda tinha de ouvir “são os hormônios, depois passa”. Por alguma razão, a frase me irritava profundamente. Minha “vingança” chegou anos depois, pelas mãos da neurociência: hoje se sabe que os hormônios pouco têm a ver com a adolescência. Ela nem mesmo é iniciada por eles – e sim pelo cérebro. E mais: adolescentes nem são crianças grandes, nem adultos donos de um cérebro já pronto e apenas temporariamente inundado, obnubilado por hormônios. Adolescentes são donos de um cérebro adolescente, em franca remodelagem, e justamente daí vêm todas as características da fase.

As transformações da adolescência começam no hipotálamo, que aguarda do corpo um sinal, na forma do hormônio leptina, de que já há gordura suficiente acumulada para iniciar as transformações. Só então o hipotálamo passa a produzir uma substância chamada kisspeptina, que desencadeia uma série de mudanças. Uma das alterações no hipotálamo comanda a produção de hormônios sexuais e o torna sensível a eles, o que permite ao cérebro descobrir o sexo – esta, sim, a verdadeira função desses hormônios. Incidentalmente, é aqui também que o adolescente descobre sua preferência sexual – descobre, não escolhe: qual dos sexos deixa o hipotálamo excitado (agora que ele se tornou excitável) depende de eventos que já aconteceram no cérebro lá no início da gestação. Escolha sexual é apenas o que se decide fazer com a própria preferência sexual: abraçá-la ou escondê-la.

Logo em seguida vêm as alterações no sistema de recompensa, que sofre uma enorme baixa em sua sensibilidade à dopamina e deixa de encontrar graça no que antes dava prazer. O resultado é um conjunto de marcas diagnósticas da adolescência: tédio, perda de interesse pelas brincadeiras da infância, impaciência, preferência por novidades e um gosto por riscos – que o jovem, claro, julga estarem sob seu controle. O conjunto é ótimo, pois nos faz abandonar os prazeres da infância e querer sair de casa em busca de outros horizontes. Senão, quem abriria mão de casa, comida e roupa lavada?

O único porém é que as mudanças necessárias no córtex cerebral para lidar de modo adulto com os novos impulsos adolescentes levam cerca de dez anos para acontecer. Atenção, linguagem, memória e raciocínio abstrato são processos até que rapidamente aprimorados, em torno dos 14 anos, e postos à prova com o interesse súbito por política, filosofia e religião. Por outro lado, a capacidade de se colocar no lugar dos outros e de antecipar as consequências dos próprios atos, bases para as boas decisões e para a vida em sociedade, só chega bem mais tarde, por volta dos 18 anos, à força de mudanças no cérebro e de muita experiência. Só o tempo não basta: tornar-se independente e responsável requer aprender a tomar boas decisões, e isso só se aprende... tomando decisões. Se tudo der certo, o resultado desse período de ampla remodelagem guiada pelas experiências do aprendizado social, sexual, cultural e intelectual é o que todo pai e mãe anseiam para seus filhos: que se tornem independentes, responsáveis e bem inseridos socialmente.

Adolescentes, portanto, fazem o que podem com o cérebro que têm – e é bom que seja assim. Nosso dever é ajudá-los oferecendo informações, alternativas, e também o direito de errar de vez em quando. Fico aqui torcendo para continuar pensando assim quando meus filhos virarem adolescentes...

 
por Suzana Herculano-Houzel

sábado, 19 de novembro de 2011

É amor?

Observando as relações virtuais de pessoas mais próximas, cheguei à conclusão de que até o amor hoje em dia está sendo banalizado. Assim como já aconteceu com o sexo de uns tempos pra cá, o amor hoje está se tornando algo fútil, curriqueiro, sem o seu valor devido. 

Nas redes sociais, principalmente, multiplicam-se as mensagens automáticas, normalmente coletivas, expressando amor, adoração, amizade genuína, entre outros sentimentos mais nobres. Esses sentimentos são expostos na telinha como se fossem a coisa mais comum do mundo, como se fosse tão fácil amar, adorar, gostar, etc. 


Falo isso, não porque não goste de ver pessoas se expressando. Pelo contrário, penso que seria maravilhoso se as pessoas se colocassem dessa forma em suas relações reais, olhando no olho, tocando na mão e falando o que sentem de forma tão espontânea. Entretanto, não consigo ver genuinidade nessas declarações virtuais. Salvo raras exceções, em que há sim alguma legitimidade no que está escrito, a maioria não condiz com o sentimento real.  Isso é o que chamamos de incongruência. O que é expresso não está de acordo com o que é sentido. 

Não quero ser do contra nem demonstrar antipatia gratuita, mas apenas comunicar minha estranheza em relação a esse comportamento. Pode ser até que seja um primeiro passo que as pessoas estejam dando para vivenciar relações mais afetivas e abertas, seja no mundo real ou mesmo no virtual, mas por enquanto eu vou continuar achando no mínimo esquisito pessoas se declararem a outras que mal conhecem. Talvez, também, a distância facilite a amizade, já que não dá pra perceber tanto as limitações daqueles com quem convivemos apenas por intermédio da tela do computador, mas dá pra saber que pessoas são pessoas, limitadas e incompletas, estejam onde estiverem.

Henrique

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DIGA NÃO ÀS DROGAS! (Da série "Pra descontrair")


Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, e só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez.
Lembro que cheguei na loja e pedi: Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve...
"Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes.
Então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um Cd do "Harmonia do Samba". Meu traseiro passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ele, respirava por ele, vivia por ele! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais...
Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos "Karametade" e "Só pra Contrariar", e ate comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa.
Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.
Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados.
Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso critico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir.
Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigroes", "Motinhas" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saía à noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach.
Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referencias e definhar mentalmente.
Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte: não ligue a TV no Domingo à tarde; não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo; não entre em carros com adesivos "Fui ... ".
Se te oferecerem um CD, procure saber se o suspeito foi ao programa da Hebe ou se apareceu no Sabadão do Gugu. Mulheres gritando histericamente e outro indício; não compre nenhum CD que tenha mais de 6 pessoas na capa; não vá a shows em que os suspeitos façam gestos ensaiados; não compre nenhum CD que a capa tenha nuvens ao fundo; não compre qualquer CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil; e não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima. Mas, principalmente, duvide de tudo e de todos. A vida e bela! Eu sei que você consegue! Diga não às drogas!

 

 

(Texto atribuído a Luiz Fernando Veríssimo)