Ficaríamos surpresos ao saber o que podemos suportar quando não temos escolha.

sábado, 19 de novembro de 2011

É amor?

Observando as relações virtuais de pessoas mais próximas, cheguei à conclusão de que até o amor hoje em dia está sendo banalizado. Assim como já aconteceu com o sexo de uns tempos pra cá, o amor hoje está se tornando algo fútil, curriqueiro, sem o seu valor devido. 

Nas redes sociais, principalmente, multiplicam-se as mensagens automáticas, normalmente coletivas, expressando amor, adoração, amizade genuína, entre outros sentimentos mais nobres. Esses sentimentos são expostos na telinha como se fossem a coisa mais comum do mundo, como se fosse tão fácil amar, adorar, gostar, etc. 


Falo isso, não porque não goste de ver pessoas se expressando. Pelo contrário, penso que seria maravilhoso se as pessoas se colocassem dessa forma em suas relações reais, olhando no olho, tocando na mão e falando o que sentem de forma tão espontânea. Entretanto, não consigo ver genuinidade nessas declarações virtuais. Salvo raras exceções, em que há sim alguma legitimidade no que está escrito, a maioria não condiz com o sentimento real.  Isso é o que chamamos de incongruência. O que é expresso não está de acordo com o que é sentido. 

Não quero ser do contra nem demonstrar antipatia gratuita, mas apenas comunicar minha estranheza em relação a esse comportamento. Pode ser até que seja um primeiro passo que as pessoas estejam dando para vivenciar relações mais afetivas e abertas, seja no mundo real ou mesmo no virtual, mas por enquanto eu vou continuar achando no mínimo esquisito pessoas se declararem a outras que mal conhecem. Talvez, também, a distância facilite a amizade, já que não dá pra perceber tanto as limitações daqueles com quem convivemos apenas por intermédio da tela do computador, mas dá pra saber que pessoas são pessoas, limitadas e incompletas, estejam onde estiverem.

Henrique

Um comentário:

  1. Um Tema Muito Bem colocado, Henrique. Virou modinha, conhecer pessoas novas e no mesmo dia falar eu te amo como despedida. Tomara mesmo que seja o inicio da facilidade das pessoas de se expressar, e não o fim da valorização dos sentimentos. Seu blog continua otimo, Abraços.

    ResponderExcluir