Ficaríamos surpresos ao saber o que podemos suportar quando não temos escolha.

domingo, 27 de novembro de 2011

SOMOS MUTANTES

Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!

Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente.

A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.

Suas células estão constantemente processando as experiências e metabilizando-as de acordo com seus pontos de vista pessoais.

Não se pode simplesmente captar dados brutos e carimbá-los com um julgamento.

Você se transforma na interpretação quando a internaliza.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo – a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.

A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.

O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.

Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: “ Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos.”

Você quer saber como esta seu corpo hoje? Lembre de seus pensamentos de ontem.
Quer saber como estará seu corpo amanhã? Olhe seus pensamentos hoje!”

DEEPAK CHOPRA

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Adolescência é coisa do cérebro e não dos hormônios

É nessa fase que surge a preferência sexual, mas não se trata de uma escolha – o que a pessoa pode decidir é se vai aceitar o próprio desejo ou escondê-lo.

Adolescência é coisa do cérebro e não dos hormônios É nessa fase que surge a preferência sexual, mas não se trata de uma escolha – o que a pessoa pode decidir é se vai aceitar o próprio desejo ou escondê-lo

Ah, a adolescência. Como se não bastasse ficar desengonçada e ter de aprender no susto a lidar com o corpo crescendo e mudando de proporções rápido demais, eu ainda tinha de ouvir “são os hormônios, depois passa”. Por alguma razão, a frase me irritava profundamente. Minha “vingança” chegou anos depois, pelas mãos da neurociência: hoje se sabe que os hormônios pouco têm a ver com a adolescência. Ela nem mesmo é iniciada por eles – e sim pelo cérebro. E mais: adolescentes nem são crianças grandes, nem adultos donos de um cérebro já pronto e apenas temporariamente inundado, obnubilado por hormônios. Adolescentes são donos de um cérebro adolescente, em franca remodelagem, e justamente daí vêm todas as características da fase.

As transformações da adolescência começam no hipotálamo, que aguarda do corpo um sinal, na forma do hormônio leptina, de que já há gordura suficiente acumulada para iniciar as transformações. Só então o hipotálamo passa a produzir uma substância chamada kisspeptina, que desencadeia uma série de mudanças. Uma das alterações no hipotálamo comanda a produção de hormônios sexuais e o torna sensível a eles, o que permite ao cérebro descobrir o sexo – esta, sim, a verdadeira função desses hormônios. Incidentalmente, é aqui também que o adolescente descobre sua preferência sexual – descobre, não escolhe: qual dos sexos deixa o hipotálamo excitado (agora que ele se tornou excitável) depende de eventos que já aconteceram no cérebro lá no início da gestação. Escolha sexual é apenas o que se decide fazer com a própria preferência sexual: abraçá-la ou escondê-la.

Logo em seguida vêm as alterações no sistema de recompensa, que sofre uma enorme baixa em sua sensibilidade à dopamina e deixa de encontrar graça no que antes dava prazer. O resultado é um conjunto de marcas diagnósticas da adolescência: tédio, perda de interesse pelas brincadeiras da infância, impaciência, preferência por novidades e um gosto por riscos – que o jovem, claro, julga estarem sob seu controle. O conjunto é ótimo, pois nos faz abandonar os prazeres da infância e querer sair de casa em busca de outros horizontes. Senão, quem abriria mão de casa, comida e roupa lavada?

O único porém é que as mudanças necessárias no córtex cerebral para lidar de modo adulto com os novos impulsos adolescentes levam cerca de dez anos para acontecer. Atenção, linguagem, memória e raciocínio abstrato são processos até que rapidamente aprimorados, em torno dos 14 anos, e postos à prova com o interesse súbito por política, filosofia e religião. Por outro lado, a capacidade de se colocar no lugar dos outros e de antecipar as consequências dos próprios atos, bases para as boas decisões e para a vida em sociedade, só chega bem mais tarde, por volta dos 18 anos, à força de mudanças no cérebro e de muita experiência. Só o tempo não basta: tornar-se independente e responsável requer aprender a tomar boas decisões, e isso só se aprende... tomando decisões. Se tudo der certo, o resultado desse período de ampla remodelagem guiada pelas experiências do aprendizado social, sexual, cultural e intelectual é o que todo pai e mãe anseiam para seus filhos: que se tornem independentes, responsáveis e bem inseridos socialmente.

Adolescentes, portanto, fazem o que podem com o cérebro que têm – e é bom que seja assim. Nosso dever é ajudá-los oferecendo informações, alternativas, e também o direito de errar de vez em quando. Fico aqui torcendo para continuar pensando assim quando meus filhos virarem adolescentes...

 
por Suzana Herculano-Houzel

sábado, 19 de novembro de 2011

É amor?

Observando as relações virtuais de pessoas mais próximas, cheguei à conclusão de que até o amor hoje em dia está sendo banalizado. Assim como já aconteceu com o sexo de uns tempos pra cá, o amor hoje está se tornando algo fútil, curriqueiro, sem o seu valor devido. 

Nas redes sociais, principalmente, multiplicam-se as mensagens automáticas, normalmente coletivas, expressando amor, adoração, amizade genuína, entre outros sentimentos mais nobres. Esses sentimentos são expostos na telinha como se fossem a coisa mais comum do mundo, como se fosse tão fácil amar, adorar, gostar, etc. 


Falo isso, não porque não goste de ver pessoas se expressando. Pelo contrário, penso que seria maravilhoso se as pessoas se colocassem dessa forma em suas relações reais, olhando no olho, tocando na mão e falando o que sentem de forma tão espontânea. Entretanto, não consigo ver genuinidade nessas declarações virtuais. Salvo raras exceções, em que há sim alguma legitimidade no que está escrito, a maioria não condiz com o sentimento real.  Isso é o que chamamos de incongruência. O que é expresso não está de acordo com o que é sentido. 

Não quero ser do contra nem demonstrar antipatia gratuita, mas apenas comunicar minha estranheza em relação a esse comportamento. Pode ser até que seja um primeiro passo que as pessoas estejam dando para vivenciar relações mais afetivas e abertas, seja no mundo real ou mesmo no virtual, mas por enquanto eu vou continuar achando no mínimo esquisito pessoas se declararem a outras que mal conhecem. Talvez, também, a distância facilite a amizade, já que não dá pra perceber tanto as limitações daqueles com quem convivemos apenas por intermédio da tela do computador, mas dá pra saber que pessoas são pessoas, limitadas e incompletas, estejam onde estiverem.

Henrique

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

DIGA NÃO ÀS DROGAS! (Da série "Pra descontrair")


Tudo começou quando eu tinha uns 14 anos e um amigo chegou com aquele papo de "experimenta, depois, quando você quiser, e só parar..." e eu fui na dele. Primeiro ele me ofereceu coisa leve, disse que era de "raiz", "da terra", que não fazia mal, e me deu um inofensivo disco do "Chitãozinho e Xororó" e em seguida um do "Leandro e Leonardo". Achei legal, coisa bem brasileira; mas a parada foi ficando mais pesada, o consumo cada vez mais freqüente, comecei a chamar todo mundo de "Amigo" e acabei comprando pela primeira vez.
Lembro que cheguei na loja e pedi: Me dá um CD do Zezé de Camargo e Luciano. Era o princípio de tudo! Logo resolvi experimentar algo diferente e ele me ofereceu um CD de Axé. Ele dizia que era para relaxar; sabe, coisa leve...
"Banda Eva", "Cheiro de Amor", "Netinho", etc. Com o tempo, meu amigo foi oferecendo coisas piores: "É o Tchan", "Companhia do Pagode", "Asa de Águia" e muito mais. Após o uso contínuo eu já não queria mais saber de coisas leves, eu queria algo mais pesado, mais desafiador, que me fizesse mexer a bunda como eu nunca havia mexido antes.
Então, meu "amigo" me deu o que eu queria, um Cd do "Harmonia do Samba". Meu traseiro passou a ser o centro da minha vida, minha razão de existir. Eu pensava por ele, respirava por ele, vivia por ele! Mas, depois de muito tempo de consumo, a droga perde efeito, e você começa a querer cada vez mais, mais, mais...
Comecei a frequentar o submundo e correr atrás das paradas. Foi a partir daí que começou a minha decadência. Fui ao show de encontro dos grupos "Karametade" e "Só pra Contrariar", e ate comprei a Caras que tinha o "Rodriguinho" na capa.
Quando dei por mim, já estava com o cabelo pintado de loiro, minha mão tinha crescido muito em função do pandeiro, meus polegares já não se mexiam por eu passar o tempo todo fazendo sinais de positivo.
Não deu outra: entrei para um grupo de Pagode. Enquanto vários outros viciados cantavam uma "música" que não dizia nada, eu e mais 12 infelizes dançávamos alguns passinhos ensaiados, sorríamos e fazíamos sinais combinados.
Lembro-me de um dia quando entrei nas lojas Americanas e pedi a coletânea "As Melhores do Molejão". Foi terrível!! Eu já não pensava mais!! Meu senso critico havia sido dissolvido pelas rimas "miseráveis" e letras pouco arrojadas. Meu cérebro estava travado, não pensava em mais nada. Mas a fase negra ainda estava por vir.
Cheguei ao fundo do poço, no limiar da condição humana, quando comecei a escutar "Popozudas", "Bondes", "Tigroes", "Motinhas" e "Tapinhas". Comecei a ter delírios, a dizer coisas sem sentido. Quando saía à noite para as festas pedia tapas na cara e fazia gestos obscenos. Fui cercado por outros drogados, usuários das drogas mais estranhas; uns nobres queriam me mostrar o "caminho das pedras", outros extremistas preferiam o "caminho dos templos". Minha fraqueza era tanta que estive próximo de sucumbir aos radicais e ser dominado pela droga mais poderosa do mercado: a droga limpa.
Hoje estou internado em uma clínica. Meus verdadeiros amigos fizeram a única coisa que poderiam ter feito por mim. Meu tratamento está sendo muito duro: doses cavalares de Rock, MPB, Progressivo e Blues. Mas o meu médico falou que é possível que tenham que recorrer ao Jazz e até mesmo a Mozart e Bach.
Queria aproveitar a oportunidade e aconselhar as pessoas a não se entregarem a esse tipo de droga. Os traficantes só pensam no dinheiro. Eles não se preocupam com a sua saúde, por isso tapam sua visão para as coisas boas e te oferecem drogas. Se você não reagir, vai acabar drogado: alienado, inculto, manobrável, consumível, descartável e distante; vai perder as referencias e definhar mentalmente.
Em vez de encher a cabeça com porcaria, pratique esportes e, na dúvida, se não puder distinguir o que é droga ou não, faça o seguinte: não ligue a TV no Domingo à tarde; não escute nada que venha de Goiânia ou do interior de São Paulo; não entre em carros com adesivos "Fui ... ".
Se te oferecerem um CD, procure saber se o suspeito foi ao programa da Hebe ou se apareceu no Sabadão do Gugu. Mulheres gritando histericamente e outro indício; não compre nenhum CD que tenha mais de 6 pessoas na capa; não vá a shows em que os suspeitos façam gestos ensaiados; não compre nenhum CD que a capa tenha nuvens ao fundo; não compre qualquer CD que tenha vendido mais de um milhão de cópias no Brasil; e não escute nada que o autor não consiga uma concordância verbal mínima. Mas, principalmente, duvide de tudo e de todos. A vida e bela! Eu sei que você consegue! Diga não às drogas!

 

 

(Texto atribuído a Luiz Fernando Veríssimo)

A necessidade de reconhecimento

O ego precisa ser reconhecido. A indiferença é a pior coisa pra ele.  As crianças desde bem pequenas já demonstram essa necessidade. Querem ser vistas e ouvidas pelos adultos. Adoram receber atenção. Quer ver uma criança feliz? Dê atenção pra ela. Converse sobre as coisas do seu mundo infantil, pergunte sobre sua vida, brinque com ela.

Quando não damos esse tipo de atenção e reconhecimento positivo à criança, ela irá buscar de uma forma negativa. E isso acontece da seguinte forma. Muitas vezes os adultos deixam de dar atenção e de elogiar as crianças, o que seria uma forma positiva de reconhecimento. Entretanto, quando a criança age de uma forma indesejada, ela logo recebe uma crítica. A critica é uma forma de atenção negativa, mas ainda assim é um tipo de reconhecimento. O adulto está interagindo com a criança, está reconhecendo sua existência, mesmo que de forma desagradável. Entretanto, para o ego, é melhor receber esse tipo de atenção negativa do que nenhuma atenção.
Inconscientemente, a criança que não é elogiada sabe que basta fazer algo tido como “errado” que logo receberá a atenção de algum adulto. Não é proposital. Ela é levada por um impulso interior a cometer algo para receber atenção. Como as ações positivas não estão gerando qualquer tipo de reconhecimento, ela automaticamente se condiciona a agir de forma negativa,  e acaba conseguindo ser reconhecida.
Por isso é que a melhor forma de transformar o comportamento das crianças é elogiar cada vez mais tudo de bom que elas fizerem e ignorar seus comportamentos negativos. O ego então entende que, para ganhar atenção, é melhor tomar atitudes que os adultos gostam, e que ações negativas não trazem esse benefício. Com o passar do tempo, a criança passa a agir de forma cada vez mais positiva (desde que os adultos estejam sempre elogiando e reconhecendo) e vão abandonando os comportamentos negativos.
Mas não é assim que a maioria dos adultos age. Normalmente, o padrão é o de elogiar  pouco e criticar bastante, o que acaba reforçando os comportamentos negativos.
Esse mesmo mecanismo de reconhecimento explica o que atrai as pessoas para o crime nas comunidades. Como alguém pode se sentir atraído por coisas tão negativas, com tantos riscos e sofrimento? Crianças e adolescentes sentem-se  ignorados, e sentindo esse vazio interior, acabam indo buscar no crime o reconhecimento que necessitam. Mesmo que sejam vistos como marginais por muitos, ainda assim, estão tendo a sua existência reconhecida. Para o ego, isso é melhor do que a indiferença, por mais estranho que pareça.
Às vezes, o governo implanta programas sociais nas áreas carentes,  e essas pessoas agora têm a chance de ser reconhecidas de uma forma positiva: praticando esportes, estudando para ser “alguém” e ter uma profissão. Assim, muitos vão largar a delinqüência e outros deixarão de entrar nela por que agora há uma outra possibilidade muito melhor de ganhar reconhecimento.
Mas a necessidade de reconhecimento não se aplica somente às criança e adolescentes. Ao nos tornarmos adultos, deveríamos nos sentir cada dia mais livres desta necessidade. Para alguns há realmente uma diminuição, mas outros continuam tão necessitados de reconhecimento como as crianças. Esse padrão acaba levando a sofrimento, pois o bem estar fica dependendo da apreciação de terceiros: chefe, marido, esposa, pais, amigos e etc. E logicamente, nem sempre as pessoas irão nos elogiar, reconhecer e nos dar atenção.
Podemos abrir mão conscientemente dessa necessidade todas as vezes que a detectarmos. É preciso se auto observar, ficar bastante atento e reconhecer que nada de mal nos acontece se não formos reconhecidos. É apenas uma necessidade emocional infantil enraizada.
 Quanto mais abandonarmos essa necessidade, mais adultos nos tornamos. Nossos relacionamentos melhoram pois ficaremos mais em paz e nesse estado deixaremos de criar conflitos de forma inconsciente. O mais curioso, é que haverá uma tendência  que as pessoas venham a nos dar atenção, nos elogiar e reconhecer. Mas agora você já não é mais dependente disso para ser feliz e não está fazendo coisas no intuito de ganhar atenção. Poderá então curtir o reconhecimento sem o lado ruim que é a necessidade interior. Ou seja, quando você for  reconhecido, será prazeroso, mas a falta do reconhecimento não trará qualquer tipo de sofrimento.
Quando temos a necessidade de reconhecimento, o prazer provocado pela atenção e elogios é em parte uma falsa satisfação. Parte desse prazer é na verdade o encobrimento de um sofrimento oculto, que é a necessidade. Esse tipo de prazer se assemelha ao  de uma pessoa compulsiva por comida (ou qualquer tipo de vício) quando está se alimentando.
Vamos supor um chocólotra. Ao comer o chocolate ele sente um prazer enorme. Logo esse prazer passa e ele precisará de mais chocolate para se sentir bem. Mas por que é que ele necessitou a princípio do chocolate? Uma inquietação interior, a qual chamamos normalmente de ansiedade,  se manifestou gerando uma busca por alívio. No caso do chocólotra, ele irá buscar na sensação de prazer de comer o chocolate o alívio passageiro para sua inquietação. Comer chocolate então não é assim então um prazer tão real pois está atrelado a uma dependência que traz alivio de um sofrimento. Uma pessoa que não tenha essa dependência poderá curtir um chocolate de forma verdadeira, sem o lado ruim da necessidade. E nesse caso ela irá se sentir saciada com uma pequena quantidade, que, se for ultrapassada acabará causando enjôo.
Fazendo mais uma comparação. Imagine alguém que compre sapatos muito apertados. Ao chegar em casa, sente um  alivio e um prazer enorme ao tira-los dos pés. Mas não seria melhor andar com sapatos mais confortáveis? “Não, assim eu não teria o prazer de sentir o alivio ao ficar descalço”. Alguém pode pensar dessa forma, mas é algo certamente insano.
O sentimento de necessidade de reconhecimento é mais ou menos como a sensação do sapato apertado que precisamos aliviar de vez em quando recebendo atenção de alguém. É uma prisão emocional.
Ao mesmo tempo que você decide abandonar a  necessidade de ser reconhecido, adote o hábito de elogiar e reconhecer as outras pessoas: filhos, amigos, funcionários, cônjuge e etc. e observe as atitudes das pessoas melhorarem cada vez mais no relacionamento com você. Abandone também as críticas e veja as mudanças positivas que isso irá trazer.
André Lima

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Por que erramos?


Guilherme Genestreti (Folha de S. Paulo, 30/08/11) entrevistou Kathryn Schulz, autora de “Por que Erramos?“, publicado neste ano pela Editora Larousse no Brasil. Ele foi considerado um dos melhores livros de 2010, segundo a revista “Publishers Weekly“.

Abaixo, trecho da entrevista:

Por que é tão difícil admitir um erro?
Kathryn Schulz – Porque acreditamos que estar errado é ser inferior. E porque, para admitir, precisamos perceber o erro. Se você se apega a uma crença, é difícil ver a evidência contrária e reconhecer que está equivocado. Se é capaz de reconhecer o erro, o próximo passo é admiti-lo publicamente, o que envolve outras apostas: serei humilhado, as pessoas aceitarão o erro, terei de pagar por isso?
Por razões culturais, associamos erro a estupidez, irresponsabilidade, preguiça ou falta de esforço. Nos sentimos idiotas quando erramos.
Algumas culturas lidam melhor com o erro?
A cultura ocidental tem uma relação ambígua com isso: somos intolerantes com os erros dos políticos, mas temos tolerância maior do que o Japão, por exemplo, para erros cometidos por alunos.
Por que erramos?
Em primeiro lugar, porque acreditamos muito nos nossos sentidos. E eles falham. Algumas informações parecem evidentes, mas são falsas. É o caso das ilusões de óptica e da cegueira automática: ficamos com a atenção tão focada em um objeto que não prestamos atenção ao redor.
A mente aplica truques. Nossa memória falha e acreditamos nela, achando que a mente reflete o mundo como ele é. Também erramos porque erguemos crenças influenciados pelos outros. Somos ludibriados, involuntariamente, por família, comunidade. Tiramos conclusões com base em um conjunto confuso de informações.
Como aproveitar um erro?
Aprendemos mais com os erros do que com os acertos. É bom acertar, ótimo para o ego, nossa sobrevivência depende de conclusões corretas sobre o mundo. Mas estar certo não é processo de aprendizado, é processo de reforço. Você não registra muita informação em estar certo a respeito de algo. Já quando percebe que está errado é forçado a recuar e a reconstruir a ordem dos fatos, o que te permite aprender.
E por que nos sentimos tão bem com os erros dos outros?
Somos sádicos. Ficamos aliviados com o fato de que é o outro. Algo como: “Ufa, poderia ter sido eu, mas foi você”. É uma forma de reforçar nosso ego, de nos protegermos da dor de estar errado.
No livro, você diz que a atitude diante do erro pode ser pior do que o erro em si. Por quê?
A maioria dos erros não é catastrófica, não afeta de maneira grave as relações. Errar um caminho, uma estrada certa, por exemplo, pode ser irritante, mas pior é alguém ficar insistindo que está certo para não admitir o erro. Começa uma briga ridícula por competição. O que acaba com uma relação é a insistência de um em provar que está certo, não o erro em si.
Tudo pode ser perdoado?
Se algo é mesmo um erro, a pessoa deve ser perdoada. Mas há situações em que há negligência. É o caso de quem não fez seu trabalho direito ou cometeu fraude ou teve intenção de prejudicar outra pessoa. Se um erro sem intenção lesou alguém, precisa haver perdão. Negligência é outra coisa.
Mas alguns erros são fatais…
Não dá para acabar com os erros. Podemos estar errados até sobre o que é o certo e não conseguir distingui-lo do que é estar errado. E se colocarmos a culpa em indivíduos não chegamos a lugar algum. A pergunta é: por que a pessoa cometeu o erro? Se ela não estava mal intencionada, você tem que analisar outras evidências. A solução é resolver a questão no nível do sistema. Culpar indivíduos nunca vai resolver. É impossível contratar alguém perfeito, mas é possível aperfeiçoar o sistema para que os erros, que são inevitáveis, não causem um mal.

domingo, 13 de novembro de 2011

Usando o "Eu"

Já repararam como a maioria das pessoas tem dificuldade em usar o pronome Eu mesmo quando fala de si? É comum se ver pessoas falando Você, Nós, A gente, mas referindo-se a elas mesmas. Parece ser esse um hábito linguístico que eu atribuo ao preconceito de que é egoísmo falar na primeira pessoa ao se dirigir a outras pessoas; outro motivo, penso eu, seria amenizar o peso que o termo Eu tem quando empregado para se falar das próprias limitações.
Vou exemplificar para tentar esclarecer melhor esse meu ponto de vista.
Imaginem uma pessoa desabafando por conta de uma decepção no local de trabalho: “Você trabalha, trabalha e mesmo assim ninguém dá valor...”, enquanto ela quer dizer: “Eu trabalho muito e ninguém reconhece meu esforço...”
Nesse caso, parece que a pessoa tem vergonha de falar de si, de admitir que sofreu uma decepção.
Outros dois exemplos.
Um indivíduo justificando um possível excesso de cuidados pessoais: “Sabe como é, né? A gente é vaidoso e quer mesmo ficar bonitão.”, Quando na verdade ele está dizendo: “Eu me cuido  por ser vaidoso e me preocupo com minha aparência.”
A mãe que superprotege o filho, evitando que ele adquira experiências próprias: “A gente não deixa os filhos fazerem muitas coisas mesmo. Mas é assim, gente. Mãe é mãe. E mãe é tudo igual.” Querendo dizer: “Como mãe, eu me preocupo demais e não consigo libertar meu filho.”  
Psicologicamente, nesses dois casos, parece ser mais confortável evitar o uso do Eu, já que assim, tanto o indivíduo quanto a mãe se incluem numa coletividade, onde eles não estão sozinhos em suas evidentes características
.
Para quem busca o autoconhecimento, eu vejo como uma necessidade o uso do Eu. Simplesmente porque eu sou a única pessoa que pode falar de mim e por mim, com alguma precisão (mesmo porque nem eu me conheço precisamente). Quem se atreva a falar de mim ou por mim, nunca terá a certeza que eu mesmo tenho. Da mesma forma, a única pessoa por quem e de quem eu posso falar, sou eu. Falar dos outros, além de tudo, é um julgamento preconceituoso ou, no mínimo, preconcebido.

Henrique

sábado, 12 de novembro de 2011

SOU EU

Aceite-me como eu sou.
Não venho com garantia...
nem tenho a pretensão,
de ser alguém perfeito.
Toda a perfeição não posso ter.

Eu sou como você:
sou da espécie humana,
sou capaz de errar.
O erro não é falha de caráter
e errar faz parte da Natureza Humana.

Eu vivo.
Eu sorrio.
Eu também aprendo!
Meu conhecimento é incompleto.
Estou na busca o tempo todo,
nas horas acordadas e nas horas de sono.

Eu tenho um longo caminho a ser percorrido,
assim como você também tem.
Aprendemos nossas lições pelo caminho.
Atingiremos a Sabedoria.

Assim, por favor,
aceite-me como sou!
Porque eu sou só eu.
Apenas eu.

Não há ninguém igualzinho a mim no mundo.
Esta é a única garantia que dou.
É assim que eu me sinto.
Eu tenho um coração.
Abra-me e veja-o!
Por favor, cuide bem dele.
Ele é tudo que eu sou.
Apenas eu.

SER GENTIL


Ser gentil é o que separa o joio do trigo em grande parte das relações humanas. Ser gentil não é algo que universidade alguma ensina; na verdade, muito da arrogância nasce na fase universitária, quando os estudantes pensam que sabem tudo.
Se uma pessoa não é gentil com alguém mais simples, o que faz você pensar que ela seria gentil com você, se não estivesse onde está, ou não tivesse o que tem agora?
Ser gentil pode ser aprendido. Ninguém nasce gentil. Por isso, você pode ser mais gentil.
Cada um de nós se torna mais gentil com o tempo, quando observamos os resultados que outras pessoas têm na vida, sendo grosseiras, ou usando gentilezas. Não se trata de um método rudimentar de toma-lá-dá-cá, mas sim algo que conquistamos aos poucos, com elegância e sem termos em mente o retorno de quem quer que seja.
Ser gentil é algo que passa a fazer parte do seu jeito de viver. Por isso, você pode ser mais gentil.
Isso não significa, de modo algum, dizer o que as pessoas querem ouvir, mas sim o que precisa ser dito, com amabilidade, bom humor, elegância e verdade. Haverá aqueles que tomarão gentileza por medo, mas você sabe que ser gentil às vezes exige coragem. Muita. Dizer o que deve ser dito com consideração, no momento certo, não é para covardes, mas pode ser aprendido.
Esse tipo especial de coragem pode se transformar em uma parte forte, em você. Por isso, você pode ser mais gentil.
Você pode ser uma pessoa mais bem educada e alguém mais real, especialmente com aqueles que você já conhece. Não raro, pessoas gentis com desconhecidos são grosseiras com quem conhecem. Cuidado.
Basta pensar em que talvez você jamais veja aquela pessoa novamente; talvez você nunca mais possa ser gentil com ela, ou jamais possa pagar aquele favor, ou simplesmente devolver aquele sorriso.
Como ensina Ralph Waldo Emerson, Nunca é cedo demais para ser gentil, já que você nunca sabe quando o cedo demais será tarde demais.

(desconheço o autor)