Ficaríamos surpresos ao saber o que podemos suportar quando não temos escolha.

sábado, 5 de novembro de 2011

Querer não é gostar II (o conselho)

Falando de querer não é gostar, gostaria de emtir minha opinião sobre esta questão, já que é um conceito bem claro para mim desde algum tempo.
O objetivo da pesquisa abaixo seria analisar a motivação pessoal que envolve o ser humano (o título da matéria é "O que te motiva?") e acabou comprovando o que se vê na realidade. O que motiva uma pessoa pode ser completamente diferente do que motiva outra e o fato de querer (saber) não implica em fazer (gostar). Para elucidar, costumo citar o exemplo do fumante. Há alguém mais sabedor de que fumar faz mal do que um médico? Creio que não. Mas há muitos deles, incluindo pneumologistas e cardiologistas, que fumam. Fica claro que o fato de ele saber que fumar faz mal não o faz deixar esse hábito. Mas pode ser que ao se apaixonar por uma pessoa que não goste do cheiro do cigarro ele se motive a abandonar o tabagismo. Ou ainda, diante de uma doença crônica, de alto risco, ele vença o vício. Em suma, é preciso sentir para poder agir. A motivação não vem do que se sabe, mas sim do que se sente. 
Fiz essas colocações para dar uma pincelada sobre uma prática que é muito difundida e executada: o conselho. Será que ele é eficaz? Será que ao dizer a uma pessoa o que eu acho certo ou errado estarei fazendo com que ela modifique suas ações? Para mim fica cada vez mais claro que não. 
Evidente que se o indivíduo não souber nunca irá fazer também. Por isso, acho importante difundir idéias e experiências, contanto que eu não espere que o outro aja ou pense como eu, principalmente porque ele não sente como eu sinto. Somente ele, no seu íntimo, de acordo com seu sistema de crenças e valores e devidamente alicerçado por suas experiências pessoais, poderá saber o que é melhor para si, mesmo que se equivoque e se arrependa mais a frente, porque a experiência é dele e, naquele momento, fez o que achou que seria o melhor para ele. E com seus erros e acertos continuará moldando sua personalidade, assim como cada um de nós faz no dia-a-dia. Interferir nisso, confesso, acho uma tremenda falta de respeito. É como se eu dissesse: "faça assim porque eu sei o que é melhor e você é incapaz de tomar decisões."
Este assunto não se esgota aqui, mesmo porque é polêmico e há várias nuances a serem levadas em conta. Mas creio que já é o suficiente para provocar uma reflexão. E é isso que provoca mudanças.

Henrique

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